15. November 2014 · Kommentare deaktiviert für Frontex setzt portugiesische Marine auch vor Spanien ein · Kategorien: Alarm Phone, Marokko, Spanien · Tags: ,

Observador

Liliana Valente

Como a Marinha portuguesa ajuda os espanhóis no controlo da imigração ilegal

Espanha está sob pressão da imigração ilegal. Em 36 horas, mais de 1.100 imigrantes tentaram entrar. Um navio da Armada portuguesa está a ajudar e o Observador foi acompanhar um dia de missão.

Partilhe

Tlim, tlim.

– “Mira, llegaron 48, en cinco pateras”.

– “Onde? Onde?”

– “Cerca de Almería”.

– “Ahh”.

13h30. Hora de almoço no navio da Armada portuguesa Figueira da Foz ao largo de Málaga, hora de detenção de mais 48 imigrantes ilegais entre a costa de Granada e Almería. O general da Guardia Civil Antonio Barragán Gutiérrez recebe as atualizações por sms. Encolhe os ombros. “Son víctimas”, explica ao Observador.

A noite anterior fora dura. Tinham sido resgatados (os militares preferem usar este verbo ao deter) cerca de 300 imigrantes africanos a tentar passar o estreito de Gibraltar. O dia prometia também ser duro: o mar calmo deu coragem a mais 400 imigrantes que se aventuraram em barcos de borracha, muitos deles de improviso feitos com pneus (“pateras”, em espanhol) – em 36 horas, foram mais de 1.100 a tentar a sorte.

As condições do tempo ajudam. O estreito de Gibraltar é mais perigoso, mas o local mais concorrido por a distância até à costa de África ser menor. Os imigrantes fazem barcos com pneus ou vão em botes de borracha tentar alcançar terra espanhola. Não levam motores ligados nos barcos, arriscam-se por entre o tráfego mais intenso naquela zona, muitos vezes de noite, sem luz, ao sabor do vento.

“Só não gostam de arriscar com o vento levante”, diz o espanhol, chefe do Estado-Maior do Comando de Operações da direção adjunta Operativa da Guardia Civil. O vento levante faz mexer mais as águas onde o Atlântico se cruza com o Mediterrâneo e os imigrantes não sabem onde vão parar.

Depois há os outros que se aventuram a passar o Mediterrâneo em distâncias maiores, até Málaga (saídos de Marrocos) ou até Almería (sobretudo saídos da Argélia). É lá que anda o navio português, ao serviço da agência europeia FRONTEX, numa missão de patrulha das fronteiras espanholas, que neste caso são também as fronteiras europeias.

Aflitos no mar

Depois de passarem a linha das águas de Marrocos ou da Argélia, se são avistados, muitos dos imigrantes saltam borda fora. Estes sabem que a Guardia Civil e o Sasemar (o instituto de socorro a náufragos de Espanha) têm de os resgatar e levar para solo espanhol. À luz da lei, nesse momento, não são ilegais, mas homens e mulheres aflitos no mar.

“Mentem. Não dizem como se chamam nem de onde vêm. Não têm papéis e se os têm queimam antes de serem apanhados”, conta ao Observador o general espanhol. O objetivo é só um: ficar em Espanha o mais tempo possível e não serem reconduzidos ao país natal. “Com o passar do tempo começam a ceder e a contar de onde são… ou a denunciar-se uns aos outros”, diz o militar. Mas muitos ficam nos centros temporários de imigrantes que estão espalhados ao longo da costa sul de Espanha. O fluxo do último mês já fez com que em Cádiz fosse montado um outro pavilhão para os acolher, antes de serem deportados para os países de origem: a maioria, de acordo com dados da FRONTEX, vem dos Camarões, Mali, Burkina Faso e de outros países subsarianos.


Observador

Marinha ajuda na detenção de 18 imigrantes ilegais

O navio português NRP Figueira da Foz participou na terça-feira numa ação de resgate e detenção de 18 imigrantes ilegais em Espanha. Foi a quinta operação num mês de missão.

Mais 18 imigrantes ilegais foram apanhados terça-feira a tentar entrar em Espanha, desta vez detetados pela Marinha Portuguesa. O navio-patrulha NRP Figueira da Foz está desde o início de agosto a patrulhar a costa sul de Espanha numa ação de vigilância de imigrantes ilegais da Frontex e na terça-feira à noite participou numa ação de resgate e detenção de imigrantes ilegais, a quinta desde que está em missão.

Os imigrantes foram detetados quando navegavam numa “patera” (embarcação de borracha, muitas vezes feita de pneus) ao largo do Cabo da Gata, perto de Almería. Diz a Marinha que os ocupantes são “presumivelmente de nacionalidade argelina” e todos “do género masculino”. Nas buscas, o navio português teve a ajuda de um helicóptero e uma embarcação do Sasemar (Serviço de Busca e Salvamento Marítimo de Espanha). Segundo a Marinha, “os sensores de bordo, radar e Sistema eletro-ótico com câmara térmica do navio foram essenciais na identificação e acompanhamento da embarcação infratora, enquanto se aguardava a chegada ao local dos meios de salvamento”.

O navio português só recolhe imigrantes em última análise, o que, mais uma vez não foi necessário. O NRP Figueira da Foz escoltou os meios envolvidos até ao porto de Almería.

A Marinha foi patrulhar as águas, incluída na missão ÍNDALO 2014, e fiscaliza a costa de Málaga desde o dia 1 de agosto, até ao final do mês. Mais de 500 horas de navegação para evitar a entrada de imigrantes ilegais no espaço europeu.

O navio de patrulha oceânico Figueira da Foz – um dos dois navios construídos recentemente pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para a Armada portuguesa – tem lá estado a ajudar os espanhóis a conter fluxo de imigração ilegal. Segundo dados da Frontex, a agência europeia que controla as fronteiras externas da união, houve um aumento de janeiro a junho de imigração ilegal nas fronteiras terrestres e por mar para Espanha de 32%, cerca de 3.330 pessoas. Mais ainda na zona de Itália: quase oito mil pessoas, o que representa um aumento de 251%. No total das fronteiras europeias do Mar Mediterrâneo, foram encontradas 78.290 imigrantes ilegais. Um aumento de 506%.

Nos primeiros 15 dias de missão, os portugueses participaram em quatro operações: uma por causa de tráfico de droga e três por causa de imigração ilegal.

Kommentare geschlossen.